O período entre a década de 20 e 50 foi marcado por diversos eventos que impactaram e abalaram a economia e a sociedade, no Brasil e no mundo. A começar pelo recente fim da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), importante para o início de investimentos nas indústrias nacionais e produção voltada para o mercado interno, que até então se voltava para a exportação. Alguns anos depois, em 1929, uma crise econômica que abalou o mundo com a queda da bolsa de valores de Nova Iorque por conta da superprodução, período esse que ficou conhecido como “Crise de 29” ou "A grande depressão". E, em 1939, o estopim da Segunda Guerra Mundial, que durou até 1945.
Foram décadas bem movimentadas politicamente e economicamente, sendo uma época marcante para a Publicidade e a Propaganda.
O esporte e a política
O esporte sempre esteve presente na vida do homem e desde a época da Grécia Antiga já tínhamos o Estado explorando os jogos para afirmação de ideias, ideologias e o culto ao corpo. Basta nos lembrarmos de Esparta, a cidade-estado grega que treinava seus jovens dos 7 aos 21 anos para o serviço militar e dominou os Jogos Olímpicos Gregos, que eram realizados na cidade de Olympia nos arredores do templo de Zeus, revelando o caráter religioso do esporte. Os espartanos já usavam o esporte para preparação militar e todas as cidades-estado gregas aproveitaram-se dele para criar um sentido de identidade ao povo grego. Na Roma Antiga, os imperadores e o Senado também usaram o esporte para acalmar a população e diminuir as tensões sociais, com os jogos no Coliseu, na tão famosa política do pão e circo (panis et circences). Lembrando que os jogos romanos eram disputas sangrentas entre os gladiadores e a execução de condenados, diferente dos esportes olímpicos gregos.
O esporte pode ser usado para difundir ideias e, em diferentes épocas, alguns governantes usaram o esporte para sua promoção e exaltação de suas ideologias. Um dos casos mais conhecidos foi a propaganda nazista durante os Jogos de Berlim em 1936. Hitler usou um evento mundial e de cunho não-político para mostrar a nova Alemanha que nascia depois da Primeira Guerra Mundial. A força do Estado, a capacidade de organização e, principalmente, a tentativa de demonstrar a superioridade da raça ariana foram amplamente divulgadas pela propaganda do partido nazista através dos jornais, rádio e cinema.
O filme Olympia transmite a importância e a exaltação do corpo ariano como obsessão dos nazistas. Até mesmo o “quadro de medalhas” foi divulgado pela primeira vez nesta disputa para demonstrar a supremacia alemã, mas o esporte sempre dá lições ao homem e Jesse Owens, um negro, expôs a Hitler e ao mundo que a raça ariana não era superior. Mesmo assim, a forma com que o governo de Hitler usou os Jogos marcou a história do esporte e mostrou o que seu uso indevido pode fazer.
Uma curiosidade interessante sobre as Olímpiadas de 1932 foi que, devido a fragilidade econômica deixada pela crise de 29 no Brasil e no mundo, foi difícil conseguir recursos para participar dos jogos. Assim, um navio com os atletas olímpicos foi enviado para os EUA com 55mil sacas de café, de forma que os jogadores deveriam se esforçar para vender as sacas nos portos que atracassem no caminho, para arrecadar dinheiro.
Na década de 30 se iniciou a prática de patrocínios envolvendo celebridades do esporte. O precursor do Marketing no futebol brasileiro foi Leônidas da Silva. Ele se destacou muito jogando na copa de 1938, que ganhou uma popularidade muito grande, e o apelido de “Diamante Negro”. Tanto que uma famosa marca de chocolate aproveitou seu sucesso para lançar um novo produto no mercado. No entanto ele não ganhou percentuais de popularização, mas ajudou a disseminar o esporte e a ideia de que se poderia ser jogador e garoto propaganda.
O americano Jesse Owens conseguiu nos jogos Olímpicos de 1936 quatro medalhas de ouro. Apesar de ter sofrido racismo e até ser separado dos outros atletas em hotéis por ser negro, ele conquistou muita popularidade, sendo o primeiro atleta afro-americano a ser patrocinado pelos fundadores da Adidas, que não era uma marca consolidada ainda, sendo que o atleta a ajudou- a se expandir.
Infelizmente, são raras as propagandas que utilizavam mulheres no período pois o sexo feminino só foi "permitido" de jogar nas Olimpíadas por exemplo, no final do século XIX
O uso de celebridades em propagandas tornou-se uma prática muito comum devido ao sucesso nos resultados esperados. As celebridades possuem a capacidade de potencializar as vendas, trazendo credibilidade para a marca. O esporte é um mercado muito lucrativo, que atende milhares de telespectadores, sendo assim, é também um mercado incrível paras as marcas anunciarem os seus produtos. O resultado dessa junção é uma tsunami de propagandas que utilizam esportistas como atrativo para a venda de produtos, prática essa que é muito utilizada até hoje, trazendo resultados realmente satisfatórios para as empresas
A política e a propaganda
Uma prática muito comum do início do século XX foi o uso de políticos em propagandas da época, além do fortalecimento das propagandas políticas. A nível nacional, um grande destaque foi Getúlio Vargas, que governou o Brasil de 1930 a 1945 (depois, reeleito em 1954), que investiu e foi protagonista em propagandas de empresas nacionais (como a Petrobras).
Durante a Era Vargas, em 1939, foi criado o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda. O DIP cuidava da propaganda de ministérios, departamentos, e outros estabelecimentos que eram administrados pelo poder público.
Também foi responsável pela censura, sendo um meio de Getúlio manipular a massa para que ele ficasse marcado na história como um herói, ampliando a propaganda política de seu governo.
O DIP proporcionou a Getúlio uma imagem de “Pai dos Pobres”, mesmo que ele tenha dado um golpe de estado com a ajuda da direita e da aliança nazi-fascista brasileira. Esta imagem de herói nacional foi adquirida por propagandas impressas e também pela rádio, principalmente a rádio Voz Do Brasil. A Aliança Integralista Brasileira, AIB, que era um grupo de nazistas no brasil, foi um dos pilares para que Getúlio fizesse o golpe. Eles usavam para a sua propaganda o símbolo sigma e a palavra de ordem “Anauê”, e uma identidade visual com as cores verde e amarelo.
Getúlio também vem a se apoiar nessas propagandas um lado emocional e social em que “Getúlio é amigo das crianças”, “pai dos trabalhadores”. E toda a sua propaganda tinha forte inspiração nas propagandas nazistas.
Internacionalmente, um dos casos evidentes foi o de Josef Stalin, ditador da União Soviética, onde sua imagem era passada pela imprensa soviética como um líder sábio, onipresente e omnipotente, que era objeto de muita produção artística prata aumentar sua grandeza na produção literária, musical, cinematográfica e entre outros para reafirmar sua grandeza ao povo soviético.
Outro exemplo, já citado anteriormente, foi a Alemanha nazista, que teve destaque na criação de propagandas. "A propaganda política busca imbuir o povo, como um todo, com uma doutrina... A propaganda para o público em geral funciona a partir do ponto de vista de uma ideia, e o prepara para quando da vitória daquela opinião", escreveu Adolf Hitler em 1926, em seu livro Mein Kampf, no qual defendia o uso de propaganda política.
Outro exemplo, já citado anteriormente, foi a Alemanha nazista, que teve destaque na criação de propagandas. "A propaganda política busca imbuir o povo, como um todo, com uma doutrina... A propaganda para o público em geral funciona a partir do ponto de vista de uma ideia, e o prepara para quando da vitória daquela opinião", escreveu Adolf Hitler em 1926, em seu livro Mein Kampf, no qual defendia o uso de propaganda política.
Com a chegada do Partido Nazista ao poder, Hitler, em 1933, estabeleceu o Ministério do Reich para Esclarecimento Popular e Propaganda, liderado por Joseph Goebbels. A propaganda nazista preparava o povo para uma guerra e visava o fortalecimento do pensamento ufanista e nacionalista, disseminando as ideias do antissemitismo racial, e foram extremamente presentes até o fim da Grande Guerra.
Alunos
- Ana Clara Pires de Campos Telles Leal Diniz
- Ana Carolina de Oliveiro Claudio
- João Pedro Porto de Almeida
- Júlio César Matos Pinheiro Carvalho
- Marcos Vieira Granato de Araújo
~ BIBLIOGRAFIA:
Excelente texto!!
ResponderExcluirMuito bem desenvolvido!!
ResponderExcluirO texto foi muito bem apresentado. É legal que mostra um panorama da propaganda muito semelhante com o que vivemos na atualidade. (Bruna Berwanger)
ResponderExcluirTexto muito bem elaborado e de fácil compreensão. Exelente!!!
ResponderExcluirParabéns pelo texto!! É realmente muito interessante ver como isso se assemelha até nos dias atuais. (Soraia Loiola)
ResponderExcluirAchei riquíssimo as imagens para ilustrar o trabalho e o contexto político bem fundamentado.
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