Propaganda no Brasil: A história
dos anúncios no meio off
A
história da Propaganda Brasileira surgiu em meados de 1800, quando a mídia
televisão ainda não existia. No Brasil, a propaganda está no sangue. Mascates,
ambulantes e tropeiros foram os primeiros vendedores, pioneiros das vendas por
telefone, catálogos e Internet. Na época, ninguém era cliente, e sim freguês.
Foi com Tiradentes, com seus panfletos, seus cartazes e seus santinhos, que o
Brasil conhece a primeira campanha política para a Independência.
A
instalação da primeira empresa exibidora de outdoor do país foi em 1929, em São
Paulo. A Publix fundada pelo italiano Amadeo Viggiani e por Marta Paturan de
Oliveira, e existe até hoje. Naquela época, os outdoors eram pequenos,
recortados de forma oval e afixados em postes. Viggiani colava cartazes sobre
placas de ferro fundido, já Antonio Barsanti (fundados da Pintex, em 1936)
pintava luminosos em vidro e cristal, e reclames nas fachadas das lojas.
Os
anúncios eram pintados a mão, por isso foi possível o desenvolvimento de uma
grande uma escola de letristas e ilustradores de cartazes, que em sua maioria
eram de meia folha, instalados nas plataformas e paradas de bondes através da Companhia
de Cartazes de Bonde.
Foi
quando começaram a surgir os quadros de duas e até quatro folhas, impressos em
gráficas que estavam começando a se especializar em cartazes.
As
mensagens coloridas que anunciavam o tradicional "Larga-me! Deixa-me
gritar! Xarope São João, contra tosse e bronquite produz alívio imediato",
por exemplo, começaram a chamar atenção da população. Foi, inclusive, esse anúncio um dos primeiros
a utilizar o outdoor de quatro folhas.
A
implantação dos cartazes de oito folhas gerou um grande impulso para o meio, e
revelou para o outdoor importantes anunciantes. Como ainda não havia sido
desenvolvido o sistema de gigantografia, os desenhos eram feitos a mão,
diretamente na chapa de impressão por desenhistas especializados, conhecidos
como decoradores.
Até
a da década de 50 ainda era possível ver nas grandes cidades os cartazes de
quatro folhas. Porém, não havia critérios de padronização entre as empresas
exibidoras e existiam cartazes de 8,16, 32 folhas e até de 64.
Alguns
cartazes de anunciantes multinacionais já vinham prontos de outros países. O
formato estrangeiro era de 24 folhas, e não havia no Brasil tabuleta para este
padrão. Dessa forma, tinham de ser refilados manualmente, com o máximo de
cuidado, e colados nas tabuletas de 16 folhas, evidentemente desagradando os
anunciantes.
Em
meados dos anos 60 nasce o cartaz de 32 folhas. Como seria inviável retirar
todos os cartazes de 16 folhas e substituir pelos de 24 (padrão adotado em
vários países), optou-se simplesmente pela colocação de uma nova tabuleta de 16
ao lado da anterior, nascendo assim o brasileiríssimo cartaz de 32 folhas.
Através
da gigantografia, finalmente as campanhas de outdoor poderiam utilizar os
mesmos cromos dos anúncios de jornais ou revistas, dispensando os decoradores e
facilitando muito a integração da campanha publicitária.
Ainda
assim, se a impressão dos cartazes evoluía cada vez mais e a instalação de
tabuletas era feita de maneira desorganizada. A cada interesse do anunciante
era desenvolvido um formato de tabuleta ou de colagem nova, o que causou
desorganização visual nas cidades. Todo terreno que pudesse ser alugado se
transformava em local para instalação de novas tabuletas e a preocupação passou
ser mais sobre a quantidade do que sobre a qualidade.
Alunos: Fábio, João Marcelo, Maria Eduarda e Vinícius
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